| Pode-se dizer que o Sérgio e o Nelson Rosado (os Anjos) dão mais um passo em frente na sua carreira. O lançamento do CD que é também a banda sonora de uma telenovela portuguesa da SIC, no caso “Vingança” mostra que, sem dúvida eles estão para ficar e para cada vez mais nos surpreendem.
Limites… bom parece que eles não existem e que o céu é mesmo o seu limite.
JD – Como surgiu a oportunidade de gravar um CD que é também uma Banda Sonora?
Anjos – Penso que é a primeira vez que uma banda já com algum nome na praça, grava um álbum, sem ser por exemplo actores a fazê-lo o que já aconteceu algumas vezes. Isto para nós é uma coisa nova e muito boa e que acabou num convite da parte da Teresa Guilherme que é a responsável pelo departamento de ficção da SIC, mas somente para gravar o genérico da Telenovela, o “Eu Estou Aqui”, acabando depois por passar por gravar mais 10 temas. Não foi um período muito fácil, uma vez que nem sempre estamos de acordo com o que se está a fazer e tem que se encontrar o equilíbrio e o entendimento. Depois de encontradas as músicas que queríamos gravar, também não houve muito tempo para o fazer, porque foi tudo muito rápido. Aceitámos então ouvir o reportório da telenovela argentina e do seu compositor e depois tivemos liberdade para trabalhar o texto em português. A seguir chegámos à conclusão que este projecto também seria uma mais valia para a nossa carreira e acabámos por juntar duas coisas boas. Começou por ser um projecto à parte, e acaba por não o deixar de ser, mas é sem dúvida encarado com o mesmo furor ou até mais do que se fosse um álbum nosso.
JD – As músicas são tudo adaptações de músicas já existentes?
Anjos – Todas as músicas fazem parte da telenovela original argentina ou seja a versão da América Latina que fez muito sucesso. O produtor argentino, cedeu as músicas para que pudéssemos fazer os arranjos à nossa maneira e de alguma forma adaptado também ao nosso estilo, para que as pessoas possam perceber que os Anjos estão presentes neste projecto. Entretanto, tínhamos já preparado o lançamento de um CD do “Concerto ao vivo no Coliseu” e que como já andávamos em negociações com a Banda Sonora, resolvemos adiar um pouco.
JD – Gostaram da escolha do Hard Rock Café, para o lançamento do vosso CD?
Anjos – Isso é muito engraçado porque, fazer o lançamento de um trabalho no Hard Rock Café para nós, era uma coisa que já tínhamos pensado que seria fantástico fazer. Foi uma alegria fazer a apresentação deste álbum, até porque era algo que queríamos, e é como eu costumo dizer e penso que muitas pessoas concordam que o Hard Rock Café é uma casa de músicos e para além disso é uma casa lindíssima que tem um espaço, o quanto baste para todos aqueles que estão interessados em ficar inspirados. Para onde quer que nos viremos há música e inclusive respira-se música.
JD – Como tem sido a aceitação das pessoas, a este vosso novo projecto?
Anjos – O primeiro impacto é sempre aquilo que nos mostra se realmente um projecto vai resultar ou não e neste caso ele foi muito grande e muito positivo. Quando o teaser começou a passar a televisão, nós estávamos no Brasil, e quando chegámos, as pessoas trauteavam a música e soubemos que já era um sucesso. Há um episódio que gostava de contar que mostra que realmente a música entrou no ouvido. Passei num sítio onde estava uma criança a cantar a música. Ela não me viu, mas eu vi-a e eu penso que as crianças são os seres mais verdadeiros que existem, porque ou gostam ou não gostam e dizem-no das mais diversas maneiras. Geralmente se entra no ouvido das crianças é bem provável que entre na dos adultos.
JD – Acham que a televisão continua a ser um bom veículo para difundir a música portuguesa?
Anjos – Todos os veículos são bons para divulgar a música portuguesa, desde que essa divulgação seja saudável. Agora se falarmos de mediatismo penso que a televisão sem dúvida é muito mediática, mas a rádio também o é, até porque ela se pode ouvir em basicamente todos os sítios por onde andamos. Uma coisa é importante dizer. Os meios de comunicação social cada vez mais essenciais para fazer a divulgação da música portuguesa. Vê-se um grande avanço nesse sentido.
JD – Em termos de telenovelas, e falando desta especificamente. Acham que, ela vem trazer algo de novo em termos de ficção nacional?
Anjos – Há aqui uma coisa que é importante dizer. A TVI, foi sem dúvida a pioneira e a grande impulsionadora da ficção nacional com bastante sucesso. O que acontece é que depois começou a haver uma evolução na maneira como se começou a fazer essa ficção nacional. Penso que o que está a acontecer com a telenovela “Vingança” da SIC é que está feita de forma a que seja uma telenovela, mais virada para o telefilme, e isso é uma nova maneira de explorar a ficção nacional e sem dúvida os produtores e realizadores estão todos de parabéns, porque estão a conseguir passar uma imagem diferente.
JD – Vão andar a mostrar, este vosso novo trabalho por onde?
Anjos – Esta é sem dúvida uma nova fase na nossa vida e ainda estamos a preparar a divulgação. No entanto, todos os interessados poderão espreitar a nossa página oficial, porque em breve vai haver muitas novidades.
JD – Muito obrigada e boa sorte.
Anjos – Muito Obrigado.
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Fotos: Sandra Adonis