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Rock in Rio Lisboa 2012 | Dia 5

logo rock in rio| Chegados ao último dia do festival Rock in Rio Lisboa, o evento que tem como lema, lutar por um mundo melhor, ainda houve muitos concertos para serem vistos e ouvidos. 

Na “Rock Street” que em 2014 voltará com um novo tema (Londres e a Cultura Britânica), mas para já no último dia ainda com inspiração em Nova Orleães actuaram os Onda Jazz Jam SessionRat Swinger e Lillian Boutté.
Os Onda Jazz Jam Session, são compostos por diversos músicos que marcam habitualmente presença no Onda Jazz, um dos locais incontornáveis deste tipo de música em Lisboa.

Inspirados pelo génio criativo de Django Reinhardt, pai do “swing manouche”, os Rat Swinger começaram a ensaiar em Março de 2011, tendo desenvolvido um repertório baseado numa selecção de canções dos anos 20 e 30.
Este conjunto interpreta clássicos do início do século passado em formato acústico, recriando os ambientes musicais da sua época e é composto por João San Payo (Peste & Sida), Ian Mucznik (Los Tomatos, Real Combo Lisbonense) e João Leitão (Irmãos Catita).

Lillian Boutté, voltou a maravilhar a “Rock Street”, com a sua sonoridade única e especial.

A “Street Dance” que foi sem dúvida um grande sucesso nesta edição do Rock in Rio Lisboa. Neste dia receberam a Jukebox (Crew Resident), Bruce (Alexander Ponevezskiy), Max (João Freita), Lagaet (Gaetan Alin), Mix (Aliaksandrivanov) e uma animação proporcionada pelo Holmes Place.

CarminhoAs actuações do “Palco Sunset” também terminaram da melhor maneira com as actuações de Carminho e Pedro LuísDavid Fonseca e Mallu Magalhães e Rui Veloso que actuou com Erasmo Carlos.

O concerto de Carminho e Pedro Luís teve uma atmosfera muito intimista. A mistura das sonoridades, apresentou um Fado cantado de forma diferente com uma mistura de rap, samba e funk que deliciou todos os presentes.
Pedro Luís é um cantor conhecido pela sua banda Pedro Luís e a Parede, criada em 1996. Este artista teve a oportunidade de trabalhar com artistas como Ney Matogrosso.
Carminho é já uma das cantoras de fado mais requisitadas. Do seu curriculum faz parte a sua passagem por várias casas de fado como “A Taverna do Embuçado”, “Petisqueira de Alcântara” e “Mesa de Frades”.

David Fonseca actuou com a cantora brasileira Mallu Magalhães. Em palco, ambos criaram uma simbiose perfeita que levou a momentos com criação de sonoridades muito bonitas com ambos os artistas a cantar músicas um do outro em versões elaboradas e únicas.
David Fonseca é sem dúvida um dos nossos grandes artistas. Inusitado e com um espírito criador, nunca um concerto de David Fonseca é igual, comunicando com a plateia de uma forma natural e em plena sintonia.

David FonsecaMallu Magalhães é mais um dos fenómenos do YouTube, que conseguiu visualizações através das suas covers de Johhny Cash e Bob Dylan.
O Jornal Dínamo® esteve à conversa com David Fonseca que falou da actuação e de como sentiu em palco a actuar pela primeira vez com Mallu Magalhães. “Esta experiência foi maravilhosa, porque eu só conhecia a Mallu em discos, e não sabia exactamente como é que iria correr a nossa colaboração musical, mas mesmo com pouco tempo para ensaiar acabou por ser uma coisa quase imediata. Nós temos muitas coisas em comum, tal como artistas que gostamos e certas influências mesmo com um oceano a separar-nos, e sem dúvida acabou por ser muito fácil e muito agradável esta colaboração que penso que resultou muito bem”.

Em termos de evento, David Fonseca considera que o Rock in Rio é o sítio ideal para se encontrar pessoas muito diferentes. “O mais importante para mim, neste tipo de festivais é para já a ideia que me colocaram, que foi a de colaborar num sítio onde eu estava um bocadinho fora da minha zona de conforto, ou seja uma coisa que por norma não faço todos os dias. A ideia de participar num festival que é tão transversal e que traz público de todas as margens de todos os planos e de todas as idades, é sem dúvida uma oportunidade enorme para mim, uma vez que não é fácil encontrar essas pessoas todas num mesmo sítio. Sem dúvida este é o local ideal para se encontrar pessoas de variadíssimas gerações que vêm para ver estes espectáculos acontecerem. Existem outros festivais que são mais segmentados, em idades, nas formas de ser e este é um pouco diferente sob vários pontos de vista”.

Entretanto subiu ao Palco uma dupla que criou momentos de grande beleza. Rui Veloso e Erasmo Carlos cantaram e encantaram no “Palco Sunset”. Erasmo Carlos é sem dúvida um dos maiores artistas brasileiros de todos os tempos. Todos acham que ele é irmão de Roberto Carlos, mas a verdade é que são irmãos mas não de sangue. A sua parceria com Roberto Carlos certamente é a de maior sucesso na história da música popular brasileira. Juntos compuseram mais de 500 canções, gravadas tanto por Roberto Carlos quanto por inúmeros outros cantores.
Rui Veloso também ele dispensa apresentações. Apelidado carinhosamente pelo público de “Pai do Rock Português”, deu um concerto em parceria com Erasmo Carlos cantando músicas bastante conhecidas do público.

Kaiser ChiefsNo “Palco Mundo” começava o desfile dos artistas do dia. Os Kaiser Chiefs, já mostraram que são completamente loucos em palco e o vocalista, Ricky Wilson, para além dos saltos que já é hábito dar, desta vez superou-se… saiu do palco e desatando a correr em direcção ao slide, acompanhado de diversos seguranças, resolveu aventurar-se e sempre a comunicar com o público e a cantar lá se deixou deslizar até à outra extremidade do divertimento colocado por cima do Parque da Bela Vista. “I predict a Riot”, “Listen to Your Head” ou “Ruby” foram algumas das músicas ouvidas neste quarto dia de Rock in Rio.

Os James foram sem dúvida a banda que mais deixou o público embevecido. O que o Rock in Rio teve foi um Tim Booth, acolhedor, divertido e intimista, tendo por algumas vezes deixado que literalmente o público o carregasse.

Mas o ponto alto foi mesmo, quando no meio do espectáculo, quando Saul Davis, casado com uma portuguesa e residente em Portugal, fez um discurso político sobre a situação nacional.

James

Tim Booth, JAMES

Saul Davis que tinha escrito no seu tronco “No Jobs for the Boys”, agarrou no microfone e deixou umas palavras em português: “Estás-me a ouvir? Eu quero dizer algumas palavras sobre a situação em Portugal. Eu sou inglês, mas a minha mulher é portuguesa, e então eu tenho ideias sobre este país. Duas perguntas, uma: porque é que temos em Portugal velhotes que não têm dinheiro suficiente para pagar a conta da luz? dois: porque é que no Norte, especialmente no interior há escolas que fecham porque o governo não tem dinheiro suficiente para pagar aos professores? O nosso Coelhinho sonha em ter a população portuguesa nas suas mãos. Tem cuidado… é muito frágil… boa sorte”. Seguiu-se uma ovação estrondosa do público presente.

Músicas como “Sometimes”, “Laid”, “Johnny Yen” ou “Sit Down”, são músicas que se ouviram pela Cidade do Rock, algumas do enorme reportório desta banda, que só tem mesmo medo que os portugueses se enfadem deles.

Os Comendadores Xutos & Pontapés, foram os senhores que se seguiram no “Palco Mundo”. Não há provavelmente músicas desta banda que não sejam grandes sucessos, os quais não sejam conhecidos por todos. O respeito que a banda merece ao público português e para além dele é algo que os seguirá sempre. No Rock in Rio, cantaram “Não sou o Único”, “Homem do Leme”, “Circo de Feras”, “Chuva Dissolvente”, “Casinha” e “Para Sempre”, só para enumerar algumas delas.

Bruce SpringsteenMesmo mesmo a terminar as actuações no “Palco Mundo” esteve o muito aguardado Bruce Springsteen e a sua E Street Band. “The Boss” como é já há muito apelidado, subiu ao palco, enérgico e comunicador, dizendo entre as suas músicas, palavras em português. Sempre em parceria com Little Stevie Van Zant, o guitarrista da E Street Band, Bruce Springsteen, foi percorrendo as músicas que fazem os grandes êxitos da sua carreira. “No Surrender”, “Because the Night”, “Waiting on a Sunny Day” ou o grande sucesso “Born in the USA”, foram-se ouvindo uma a uma no Parque da Bela Vista.

Fechado o “Palco Mundo”, a música continuou na “Tenda Electrónica”, o espaço que é sempre o último a fechar na Cidade do Rock. No 5º dia de festival, as honras de abertura couberam aos portugueses Stereo Addiction. Depois ainda foi possível assistir aos sets de Dj DixondoP LiveDj Vibe e Dj Harvey.

Os Stereo Addiction são formados por Gustavo e John-e, produtores e Djs de música electrónica. A qualidade do seu trabalho é já inquestionável em Portugal e no estrangeiro.

Dj Dixon é um Dj oriundo da Alemanha que iniciou o seu percurso no prestigiado circuito de discotecas em Berlim, tendo sido o mentor do A&R da Editora Berlin Sonar Kollective. Dono de uma sensibilidade incrível este Dj conhece melhor do que ninguém o que o público quer na altura certa, devido aos seus longos sets e à necessidade de manter as pessoas sempre atentas e no ritmo certo.

doP Live é uma dupla considerada das mais criativas. Ao longo dos seus espectáculos usam diversos disfarces, criando personagens que parecem ir contando uma história. Tal como aconteceu no Rock in Rio, esta dupla é muito apreciada em festivais, onde levaram, ao rubro o público.

Dj Harvey é um dos nomes do top 100 do Resident Adviser. Este é sem dúvida um dos Djs que mais influenciaram outros Djs e artistas e é responsável pelas performances mais espectaculares do mundo.

Dj Vibe, é considerado o melhor e mais consagrado Dj Português. Neste Rock in Rio tem as honras de encerramento do festival, sendo que este ano é um ano especial, uma vez que comemora 25 anos de carreira. Com um espírito “underground” que sempre o caracterizou, as suas escolhas são feitas de forma criteriosa, tal como aconteceu no espaço “Electrónica Heineken”.

E assim terminou mais um Rock in Rio Lisboa, com a segurança de que em 2014, teremos mais animação e com mais novidades. No ano que vem, o Rock in Rio estreia-se em Buenos Aires onde espera dar grandes concertos e muita animação. Segue-se o Rock in Rio Madrid com grandes artistas já confirmados.

Fotos: Pedro Sousa Filipe / Agência Zero

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