Food Network

Food Network | A televisão não pára de inovar e cada vez mais, temos disponíveis canais com temáticas diferentes.
Nestes últimos anos a culinária tem tido cada vez mais adeptos e os programas de televisão têm crescido de variadíssimas formas.

Agora, o “Food Network”, o canal que anda a dar que falar, apresentou neste natal a sua programação de uma forma muito original.

Foram alguns os Jornalistas que estiveram presentes e que achavam que iam simplesmente fazer uma reportagem. A verdade é que esta foi uma reportagem bem diferente e bastante surpreendente, já que quem esteve presente, apreciou pratos confeccionados por eles, com a supervisão do Chef de Cozinha Igor Martinho.
Sei do que falo uma vez que me calhou a mim e a mais três colegas, a confecção do puré de grão que acompanhou o bacalhau tão típico desta quadra.
Disse o Mestre presente, o Chef Igor Martinho, que estava no ponto.

Depois… bom, depois foi degustar o que foi cozinhado por todos, começando por uma Sopa de Cogumelos e Castanhas polvilhada com pevides, seguido de Lombinhos de Bacalhau com Puré de Grão salteado com amêndoas, terminando com um bolo de chocolate com doce de frutos vermelhos.

Um dia divertido onde fomos os surpreendidos e onde a diversão foi a pedra de toque deste dia diferente.

Antes de vestirmos o avental e colocar mãos à obra, o Jornal Dínamo^®, teve oportunidade de falar com o Director do Canal “Food Network”, Nick Thorogood, que nos falou um pouco acerca desta iniciativa e da popularidade crescente deste canal. “Penso que a popularidade deste canal é bastante simples. Os seres humanos têm amor pela comida e para além disso têm memória da comida que gostam. Se por exemplo, eu lhe disser: eu gosto muito de vinho, mas ao que ele sabe? Ao que é que sabe um Cabernet comparado com um Merlot? Este tipo de perguntas para a maioria das pessoas não é fácil de responder, mas se eu perguntar: “Ao que é que lhe sabe um bolo de chocolate comparado com um bolo de limão?”, no mesmo instante qualquer pessoa saberá explicar a diferença, dizendo que é mais doce, mais amargo, mas que o amargo, junto com o doce dá-lhe um toque especial e portanto instantaneamente estamos a separar as memórias que temos de cada um deles. O mesmo acontece quando observamos a comida. No “Food Network”, podemos ver um cozinheiro a fazer um prato e quase que sentimos ao que é que ele sabe, só de observar. É como se a memória se tornasse viva no paladar, e penso que é por isso que as pessoas gostam de ver programas de culinária na televisão. Na América, que foi onde o canal começou e que é um país gigante, eles pensaram: vamos pensar em fazer um canal pequeno com cozinheiros atrás de uma bancada de cozinha ou vamos aplicar esse princípio a bons programas de televisão, e investimos bom dinheiro neles e mostramos a quem está a ver, a riqueza e a beleza dos pratos que produzimos. Claro que a opção foi a segunda e é precisamente isso que se pode ver no “Food Network”. Os programas são todos feitos para serem maravilhosos e para além disso é uma forma de entreter. Temos programas maravilhosos com a Rachel Ray ou Paula Deen, e com outros cozinheiros maravilhosos, que são grandes eventos televisivos. Só com as dimensões deste canal se consegue realizar programas com esta envergadura e qualidade. Hoje vou falar de alguns programas que começámos a fazer nós próprios. Alguns mais locais, virados para o Médio Oriente e África e este é um novo passo que estamos a dar o qual vai reflectir novas culturas. Queremos dar aos telespectadores a oportunidade de ver programas diferentes e dinâmicos sobre culinária sem que exista uma obrigatoriedade de eles terem de os cozinhar da forma que é mostrada, mas sim que os inspire a cozinhar e a ser criativos. Por isso, é possível que quando estiver em casa a fazer um bolo, por exemplo, se inspire em relação ao que vai colocar na cobertura, se calhar pode pôr natas, ou salpicá-lo com amêndoas, ou com canela ou outro tipo de ingredientes. A ideia é celebrarmos a comida e a forma como ela pode ser confeccionada. Hoje vamos ter aqui um dos melhores chefes de cozinha que existe em Portugal e ao que sei está à frente de um fantástico restaurante que se chama “Hemingway” e que apesar de ainda ser novo, já tem uma fantástica reputação. Estou ansioso por experimentar comida confeccionada por ele”.

Assim foi, tal como Nick Thorogood esperava, foi um almoço diferente num convívio muito agradável, em que aprendemos alguns truques com o Chef Igor Martinho. Claro que, no fim não quisemos sair do restaurante “Kiss the Cook” onde teve lugar esta iniciativa, sem falar com o Chef Igor Martinho responsável por este momento especial. “Este evento é uma parceria que espero que aconteça mais vezes, porque é muito importante, termos este canal por cabo, na nossa televisão. O “Food Network”, é um canal que ensina muito as pessoas a cozinhar, a preparar refeições quer de época, mais simples ou por exemplo de forma mais rápida. Hoje em dia a maior parte das pessoas tem pouco tempo para cozinhar e acabam por se refugiar em livros, em programas de televisão ou em workshops com Chef´s, porque são tudo sítios onde podem aprender a fazer refeições rápidas e deliciosas. Penso que este evento funcionou muito bem e foi super divertido. Eu posso dizer que foi muito agradável estar a cozinhar com todos vocês. Uma das coisas que gosto é de ter o contacto com o público onde posso interagir um bocadinho e tentar transmitir as minhas ideologias de cozinha, e sentir que as pessoas estão a gostar do que se está a fazer. Penso que hoje todos vocês se sentiram bem, pelo menos foi o que percebi através de algumas palavras que fomos trocando. O almoço estava fantástico como também já me disseram, mas todos vós, estão de parabéns porque foram vocês que o fizeram também, eu simplesmente dei umas pequenas dicas. Penso que acima de tudo a ideia que fica é que é fácil cozinhar, se as pessoas se dedicarem um bocadinho e naturalmente se houver um gosto pela cozinha que eu penso e acredito que existe e é cada vez é maior”.

Perguntámos também ao Chef Igor Martinho (à direita), como começou a sua aventura pelo mundo da gastronomia. “Comecei na cozinha era muito novinho, tinha 16 anos, quando ingressei num curso de cozinha e pastelaria na Escola de Hotelaria do Estoril. O gosto vem da minha mãe que era cozinheira. Geralmente todos os Chef’s têm alguém que os inspirou, geralmente uma avó ou a mãe e isso é meio caminho andado. No meu caso a minha mãe, sem dúvida passou-me aquele sabor mais tradicional e sem dúvida, adoro cozinhar ao lado dela e experimentar as suas receitas. À medida que fui tirando o curso e que fui evoluindo, senti necessidade de fazer outro tipo de cozinha, tentar criar pratos diferentes e tentar inovar. Hoje fico feliz de conseguir já ter alguma amplitude na cozinha e algum reconhecimento com o meu trabalho. O prémio em 2009 de Chef Cozinheiro do Ano, foi de extrema importância para mim, porque me abriu muitas portas e as pessoas ficaram a saber quem é que era o Igor Martinho e com isso também fidelizei muitos clientes. Passei entretanto por alguns hotéis e restaurantes de renome quer a nível nacional e internacional. Apesar de ter 27 anos e ainda ser novo, procuro estar sempre actualizado e tento trabalhar sempre com os melhores e manter-me sempre numa linha de cozinha muito perfeccionista, honesta mas nunca esquecendo a minha origem e a minha tradição, o meu país e os produtos que cá temos que são fantásticos com os quais adoro trabalhar”.

No “Hemingway”, o restaurante na Marina de Cascais, onde o Chef Igor Martinho se encontra neste momento, quisemos saber qual ou quais os pratos preferidos das pessoas que por lá passam. “Há um prato que nos remonta às nossas origens e que as pessoas pedem bastante, que é o bacalhau com grão, só que é apresentado de uma forma diferente, mas sempre bem cozinhado, suculento, com os pontos de cozedura exactos, com textura, cremosidade e com muita elegância. Mas acima de tudo as pessoas procuram muito peixe, porque é uma zona onde se come bastante. Por meu lado, posso dizer que adoro cozinhar peixe”.

Em termos de género de Cozinha, perguntámos, ao Chef Igor como a definiria. “Posso considerar que faço um tipo de cozinha de fusão entre a mediterrânica e a portuguesa. Na escola aprendi muita cozinha clássica francesa e então eu tento adaptá-la a todas as técnicas na cozinha portuguesa, não deixando de passar também, pela espanhola, italiana, grega, enfim, por toda a parte mediterrânica que eu adoro. Não prescindo de usar por exemplo também, algumas especiarias asiáticas. A base principal no entanto é a Cozinha Tradicional Portuguesa”.

A finalizar, quisemos saber o que pensa o Chef de uma notícia veiculada hoje de uma possível candidatura a Património Imaterial da Humanidade da Cozinha Mediterrânica. “Eu vejo com muitos bons olhos, a elevação a Património Imaterial da Humanidade da Cozinha Mediterrânica. Agora foi o Fado… se lhe juntarmos o Caldo Verde e o Chouriço Assado, será um casamento perfeito. Para mim a Cozinha Mediterrânica é das melhores do mundo e das mais saudáveis. Aqui usamos legumes, bom azeite, temos uma costa com peixe do melhor que há, e temos boa carne. Penso que Portugal tem tudo para ser uma das maiores potências gastronómicas do mundo e acho que o vai ser dentro de muito pouco tempo. Se estivermos todos a remar para o mesmo lado, iremos ser o elo de ligação entre a cozinha tradicional portuguesa, os produtos portugueses e o seu reconhecimento. Importante é também transmitir isso às gerações que vierem a seguir. Não estou a falar como sendo muito velho, mas como tenho já alguma experiência, uma vez que já são 12 anos de Cozinha. Tudo o que eu sei, quero passar aos mais novos, sempre honrando a minha cozinha e o meu país, tratando-a bem, confeccionando-a bem e sempre como já disse com honestidade. Essa é sem dúvida a minha paixão”.

E assim terminou este belo almoço, com esta pequena conversa com o Chef Igor Martinho, a quem desejamos as maiores felicidades. Estendemos igualmente os agradecimentos ao “Food Network” e ao seu Director Nick Thorogood, pela sua simpatia e disponibilidade e a toda a equipa que tornou possível este evento.

Em termos da programação apresentada, deixamos aqui algumas sugestões.

“Unwrapped Specials”, “Wintertime Treats”, “Holidays Unwrapped” e “Holiday Treats” com o anfitrião Marc Summers, “Paula’s Christmas”, um programa com Paula Deen onde a mesma partilhará as suas tradições de família em “Paul’s Party”, “48 Hour Food Network Holiday Extravaganza” onde poderá dia 24 e 25 de Dezembro (às 6h40, 12h05 e 18h20), ver os melhores programas do canal uns a seguir aos outros e “Food Network Cocktail Party”, no dia 30 de Dezembro, que assinala a chegada do Ano Novo, no “Food Network Challenge Bartender Battle”, onde seis espantosos barmen deixam o bar e vão até South Beach para mostrar a todos o que de melhor sabem fazer.

O “Food Network” é um dos canais mais populares da televisão dos EUA e foi lançado na Europa, Médio Oriente e África em Fevereiro de 2010, após o seu lançamento no Reino Unido em Novembro de 2009.

Em Portugal, o canal “Food Network” passa na plataforma ADSL e FIBRA, posição 103 do MEO.