Sociedades
No ensino obrigatório, os gregos estudaram “A República” de Platão, os Tratados de Geometria de Euclides, os pensamentos de Sócrates, o original, e estudaram a organização democrática da sociedade assim como os pilares do pensamento e das sociedades modernas.
Em Portugal, no ensino obrigatório, eu estudei e com muita fruição, “Os Lusíadas” de Luís Vaz de Camões, “Os Maias” de Eça de Queiroz e o “Viagens na Minha Terra” de Almeida Garrett, entre outros mais.
Agora tirem-se as conclusões.
Somos diferentes? Somos. Sem dúvida.
Os Gregos têm muito mais cultura democrática, republicana e filosófica do que nós?
Sim. Sem sombra para dúvidas.
Os Portugueses veem as oportunidades passarem-lhes ao lado, porque não exercem com inteligência, racionalismo e convição o seu direito de decidir os destinos da nação ao votar de quatro em quatro anos?
Sim, é verdade.
A massa maioritária do eleitorado português é masoquista e gosta de votar, sem qualquer racionalismo e sem questionar sempre os mesmos, que ao longo das décadas não têm defendido com veemência e democracia os interesses do povo de Portugal?
Sim, a massa lusitana é masoquista e gosta de cometer os mesmos erros várias vezes. Muitos dos votos são mesmo escolhidos com base no clubismo, assim como um benfiquista é inquestionavelmente desse clube até morrer.
O eleitorado grego foi racional, e decidiu desta vez, por exclusão de partes. Tal como no concurso “Quem Quer Ser Milionário”. Ora vejamos como terá pensado um/uma grego/a nas vésperas das eleições:
A hipótese A “PASOK”, nem pensar, dessa tenho a certeza que não. E o resultado ficou à vista: 4% dos votos. Passou de uma maioria a 4% em menos de 5 anos.
A hipótese B “Nova Democracia” já lá esteve também, só piorou a situação social, mais pessoas emigraram do país, mais desemprego jovem, e pior do que isso, continuou a não defender os interesses da Grécia na União Europeia, sempre adoptando uma política de servilismo burro, incondicional e que não questiona ou renegoceia nada.
A hipótese C “Syriza” é a que sobra. Até que tem gente credível. No programa deles, têm propostas razoáveis, dizem que nos vão defender. E nós vimos no Parlamento Europeu que eles nos defendem mesmo. Então vamos votar neles!
Então, minhas amigas e meus amigos portugueses e portuguesas, do que é que estamos à espera? A resolução de ano novo para 2015 é começar já a preparar o voto para o próximo Setembro/Outubro. Só estamos à espera que senhor Aníbal comunique a data do sufrágio.
E desta vez, vamos com racionalismo. Não vamos cometer o mesmo erro duas vezes!
Saudações democráticas,
João Alves Aguiar