O cinema independente vai ocupar as ruas de Alfama por 5 dias
| A 4ª edição do Cinalfama, festival de cinema internacional de Lisboa, regressa nos dias 21 a 25 de Julho, com cinema ao ar livre e estreias mundiais. A entrada é gratuita.
Uma vez por ano, Alfama é a casa do cinema independente, graças ao Cinalfama – Lisbon Film Festival (LIFF25). Este ano, o festival de cinema exibe filmes nacionais e internacionais, apresenta estreias e volta a passar filmes premiados pelo festival em edições anteriores. As sessões decorrem no Museu do Fado, durante o dia, e à noite mudam-se para as Escadinhas de São Miguel.
Do cinema português, o Cinalfama apresenta When We Were Free (2024), de Stella Mosso Corrá e Madalena Costa, onde cinco reclusos recitam poesia enquanto o tempo passa; Another Island (2024), de Eduardo Saraiva Pereira, que documenta a comunidade cabo-verdiana do bairro Amílcar Cabral em Sines; e A Waltz on the Moon (2024), um retrato íntimo do luto e da saudade de Francisco de Assis Parcerias. Vai estrear ainda Sensible Soccers: Manoel (2024), documentário de David Matias e Vasco Gil que se centra no processo de criação do álbum Manoel (2021), inspirado em filmes do cineasta Manoel de Oliveira, como Douro, Faina Fluvial (1931) e O Pintor e a Cidade (1956).
Do cinema internacional, o festival destaca o filme francês Crazy Dream (2020), uma reflexão sobre a persistência do sonho num contexto de institucionalização psiquiátrica; Masmelos (2019), do colombiano Duván Duque Vargas, que acompanha as vivências de Melanie num período em que o seu pai enfrenta acusações de corrupção; e The Insides of Our Lives (2024), dos Países Baixos, um retrato poético da separação de duas amigas num continente marcado por fronteiras. Esta edição conta ainda com o Brasil como país convidado, com a exibição dos filmes Retratos Fantasmas (2023), de Kleber Mendonça Filho, My Little Sentry (2024), de Lucas Marques, e Amarela (2024), de André Hayato Saito.
Da programação, destaca-se uma projecção informal de Trip to the Moon (1902), de George Meliés, em formato cine-concerto, pela guitarra clássica de Sandor Mester.
Para os seus prémios, o Cinalfama aposta em categorias menos convencionais, como Micro & No Budget Film e Médias-Metragens, além de premiar bandas sonoras e guiões. Também tem um prémio para a melhor animação, na secção Animalfama.
Além da competição, o festival tem sessões temáticas, como o “Minutos Lumière”, uma mostra da iniciativa pedagógica que o projecto Minuto Lumière tem vindo a desenvolver em escolas públicas da Grande Lisboa. Inspirado nas primeiras experiências dos irmãos Lumière, os alunos de quatro agrupamentos escolares fizeram filmes de um minuto num plano fixo e os resultados vão ser apresentados no dia 23 de Julho, às 15h.
“Periferias Dibujadas” é outra sessão temática da 4ª edição do Cinalfama, que resultou de uma parceria com o projecto do mesmo nome, que incentiva crianças a fazerem um mapa audiovisual do bairro a partir das suas memórias, vivências e desejos para o futuro. A iniciativa já passou por Medellín, na Colômbia, Montevidéu, no Uruguai, e Barcelona, na Espanha.
O festival termina no dia 25 de Julho, com a entrega do Grande Prémio Cinalfama à curta Cura Sana (2024), de Lucía G. Romero, que retrata o afecto como resposta à violência familiar.
Fotos: Cinalfama


