| A empresa norte-americana desenvolveu uma plataforma robótica capaz de produzir até 250 peças por hora, incluindo roupa interior, acelerando a produção, reduzindo o desperdício e promovendo o fabrico local nos EUA.
©CreateMe
A CreateMe Technologies, que se apresenta como uma «empresa de tecnologia que procura reinventar o fabrico de vestuário através de soluções assentes em robótica, adesivos digitais e inteligência artificial», anunciou o lançamento da MeRA (Modular-engineering Robotic Assembly), uma plataforma autónoma de produção concebida para escalar e optimizar os processos produtivos, e a Pixel, uma tecnologia de micro-adesivos.
O primeiro produto comercial baseado na tecnologia MeRA será roupa interior feminina, assinalando, segundo a CreateMe, a estreia do primeiro artigo de roupa interior totalmente autónomo do sector, desenvolvido para garantir conforto e sustentabilidade. A empresa norte-americana está a preparar a expansão da plataforma a outras peças de uso diário, como t-shirts, com o objectivo de abranger outros segmentos num futuro próximo.
“Juntas, a MeRA e a Pixel representam uma arquitectura modular e escalável, criada especificamente para a complexidade da produção de vestuário. Esta não é uma automação apenas pela automação – é uma automação criada para a forma como as roupas devem ser feitas: personalizadas, precisas e próximas do consumidor”, afirma Nick Chope, vice-presidente de investigação e desenvolvimento da CreateMe.
A plataforma MeRA, construída com recurso a robótica avançada, oferece uma produção até 20 vezes mais rápida e com o dobro da precisão da costura manual, podendo produzir até 250 peças por hora num espaço reduzido. Além disso, é competitiva em custos face à produção externa e adapta-se a diferentes categorias de vestuário, desde o técnico ao casual.
No centro do processo está a Pixel, isto é, a aplicação «microadesiva» patenteada que substitui as costuras tradicionais por uniões coladas de menos de um milímetro de largura. A CreateMe declara que esta tecnologia «melhora a elasticidade, durabilidade e conforto das peças», ao mesmo tempo que facilita a reciclagem, permitindo separar materiais de «forma limpa». Entre os benefícios adicionais estão a absorção de humidade, a regulação térmica, as camadas leves e a maior resistência estrutural.
Segundo a empresa, estas inovações contribuem diretamente para o ressurgimento da produção têxtil nos EUA, num contexto em que a procura por soluções de nearshoring continua a crescer. A CreateMe avança ainda que detém actualmente mais de 95 patentes, constituindo «o maior portefólio de propriedade intelectual em automação de vestuário a nível global».
Cam Myers ©CreateMe
Em conjunto, estas soluções constituem «uma plataforma escalável e de alta precisão», reduzindo prazos de entrega em 70% e promovendo um modelo de fabrico sustentável e sob encomenda nos EUA, indica a CreateMe.
“Não estamos apenas a melhorar a velocidade ou o custo, estamos a construir um padrão totalmente novo para a indústria do vestuário. O vestuário colado é o novo paradigma para a indústria da moda, e as inovações da CreateMe estão a liderar a próxima geração de vestuário: local, sustentável, sob encomenda e feito para o mundo de hoje”, destaca Cam Myers, CEO da empresa.
Fonte: Portugal Têxtil
Fotos: CreateMe
