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Super Bock Super Rock em 6 Momentos

Acto I

| Foi nos dias 14, 15 e 16 de Julho que o Parque das Nações acolheu mais uma edição do Festival Super Bock Super Rock. Este que é o festival mais antigo de Portugal, depois de Vilar de Mouros e já vai na 22ª edição, realizou-se pelo segundo ano consecutivo no Parque Expo.

Espalhados pelo MEO Arena, Pala do Pavilhão de Portugal, Sala Tejo entre outros palcos, o SBSR atraiu nos três dias, perto de 60 mil pessoas para assistir a concertos emblemáticos como Iggy Pop, Massive Attack, Kendrick Lamar entre muitos outros.
A redacção do Jornal Dínamo, esteve presente nesta edição do festival e seleccionou 6 concertos que seria impensável perder.

The National

Depois da actuação na edição de 2014 no Festival “Primavera Sound” do Porto, os The National, regressam aos palcos portugueses para mais uma actuação ao vivo, desta vez no “Placo Super Bock” no MEO Arena.

The NationalOs norte-americanos, oriundos de Ohio, que contam com mais de 15 anos de carreira, são uma das bandas mais acarinhadas do universo indie rock pelo público português e que alcançariam o sucesso mundial em 2001, com a edição do disco em estúdio “The National”.

Na passagem por Portugal, a vida tornar-se-ia muito mais facilitada para a banda, pelo facto de a actuação ser no MEO Arena (com todos os handicaps que a sala lisboeta oferece no que respeita ao som), considerando que os The National, não sendo um monstro de palco, tem prestações bem mais positivas em recintos fechados do que nos convencionais ambientes de festivais de verão.

Sem nenhum disco lançado desde a edição de “Troubles Will Find Me” (2013), os The National subiriam ao palco Super Bock pelas 22H10.
Com um MEO Arena a meio gás, Matt Berninger e companhia não se deixaram intimidar (até porque já são habitués em Portugal, com 13 vindas) e pisaram o palco, para uma revista ao universo musical da banda que tanto apraz os seguidores de Portugal.

Num previsível alinhamento, os The National abririam a actuação com “Don’t Swallow the Cap” e “I should live in Salt” do disco “Troubles Will Find Me”, começando logo por arrancar o primeiro coro de vozes vindo da plateia.

Numa actuação com direito ao regresso a temas como “Bloodbuzz Ohio”, “Afraid of Everyone” ou “Terrible Love”, do disco de High Violet (2010), este seria o último a reunir a simpatia das perto de 10 mil pessoas presentes no MEO Arena.

Diga-se que em temas como “I need my Love”, “This is the Last Time” e “Pink Rabbit”, levariam o público a uma melancolia eufórica com que granjearam de forma entusiasta os The National.

Pelo meio houve tempo ainda para canções novas, a serem editadas num novo trabalho em estúdio, a ser lançado em 2017 ao qual o vocalista, Matt Berninger, apelidou em entrevista à revista Pitchfork como “fantásticas” – “Keep (Frankie & Johnny)” ou “Find a Way”.

Uma actuação com perto de 90 minutos com direito a isqueiros ao alto para às baladas mais emblemáticas e bucólicas, que já são conhecidas do universo dos The National.

Jamie XX

Existe um antes e um depois dos The XX.
É um facto, que o trio britânico surgiu no panorama da música com uma nova roupagem do minimalismo e que conseguem dizer tanto com tão pouco.

A narrativa sensorial dos The XX é simples e profunda e traduz-se nas sonoridades que encontram influências desde o R&B até aos vocais synth minimalistas e complexos que nos fazem experienciar um mundo de sinestesias muito para além do óbvio.

Jamie XXÉ neste contexto que Jamie XX, alma e homem da máquina do projecto britânico, surge como um dos nomes mais celebrados da música, mas desta feita numa veia alternativa, o que o levou ao reconhecimento internacional.

Jamie XX, com o lançamento de “In Colour”, surge com um disco inovador, dançante e com uma pop que ferve no caldeirão da electrónica e até das sonoridades mais tropicais e hip-hop, o que o torna num delicioso e completo disco onde remistura sonoridades e emoções diferenciadas.

Nesta vinda a Portugal, no “Palco EDP”, Jamie XX não sofreu pelo facto de actuar à mesma hora dos The National. O artista que veio para pôr o público do SBSR a dançar, deu corpo e vida a uma plateia heterogénea, mas que queria comungar da homogeneidade dos ritmos tropicais e dançar numa quinta-feira, como se fosse uma Saturday Night Fever.

A timidez de Jamie confunde-se com a avidez que coloca nos pratos, nos sets que apresenta e no groove que é apreciado de forma entusiasta pelos presentes.

Na realidade Jamie, não é um DJ à séria, mas tem ouvido, gosto apurado e consegue reunir o consenso necessário para uma noite quente que apenas acabaria por ficar manchada nos corações das pessoas mais atentas às redes sociais com a notícia infeliz dos atentados em Nice.

Disclosure

No encerramento do primeiro dia do SBSR, a dupla inglesa que também são irmãos, regressam a Portugal para mais uma actuação que prometia ser agitadora e com algumas surpresas.

DisclosureUm ano e poucos dias depois da actuação no Passeio Marítimo de Algés, na edição do “NOS Alive” 2015, os Disclosure trouxeram ao MEO Arena uma mão cheia de hits para dar house music aos resistentes do dia.

Entre algumas falhas técnicas que surgiram logo no terceiro tema do concerto – “Holding On”, rapidamente retomariam a ordem de trabalhos para semear o pop, electrónica, house e R&B em sets que acabariam por transformar o MEO Arena numa pista de dança com mais de 12 mil pessoas.

Como surpresa, os Disclosure, reservaram para o público português, a participação de Kwabs (que actuou no dia seguinte no palco EDP) no tema “Willing and Able” e Brendan Reillly e que subiria ao palco no derradeiro final da actuação para a “Moving Mountains”, extraída do segundo disco de originais “Caracal” de 2015.
Como sempre, as projecções abrilhantaram uma noite que fechou em triunfo com o tema “When the Fire Starts to Burn”.

Fotos: Música no Coração

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