Eis que chega às salas de cinema mais um remake desta feita do clássico de ficção científica, de 1951, “O Dia em que a Terra Parou”, no qual um disco voador chega ao nosso planeta e aterra num centro comercial, em Washington.
No original de 1951, vivia-se em plena guerra-fria e isso deixou muitos americanos com medo e daí nasceu o interesse pelo desconhecido, pelos planetas distantes e possíveis raças alienígenas.
Surgiram nessa altura inúmeros filmes B de ficção científica, hoje renegados e já esquecidos pelo tempo e são poucos os que resistem até aos dias de hoje.
Produzido por Robert Wise, “O dia em que a Terra Parou” foi um recado directo para as pessoas e principalmente para os governos que se viam ameaçados por uma eminente devastadora guerra nuclear.
O extra terrestre Klaatu (interpretado por Michael Rennie), viaja, juntamente com o robot Gort, por 200 milhões de quilómetros para chegar à Terra e mandar uma mensagem a todos os seus representantes: se continuarem a constituir uma ameaça para outros planetas (com a criação de foguetes), todo o planeta deveria ser exterminado. Só que quando chega à Terra (mais precisamente a Washington), as pessoas não parecem querer ouvi-lo, e fazem da sua presença uma grande ameaça.
Entretanto Klaatu (de aparência igual à dos terráqueos) vai conviver por um tempo com uma típica família de classe média, para decidir se vale a pena ou não tentar realmente salvar o nosso planeta da destruição.
Em 2008, o remake de “O Dia em que a Terra Parou”, com realização de Scott Derrickson, tem os mesmos contornos, mas está inserido na nossa realidade, e nos problemas que assolam o nosso planeta presentemente.
A mesma personagem, Klaatu (interpretada desta vez por Keanu Reeves), sai da nave e é atingido pelos militares que cercam a nave (uma esfera em permanente movimento).
Logo a seguir Gort, um robot indestrutível, sai também e começa a derreter todas as armas, incluindo tanques de guerra, sem fazer mal a um único ser humano.
Mais tarde, todos percebem que Gort, o robot, usou muito pouco do seu poder para fazer o que fez.
Enquanto está deitado no chão Klaatu ordena a Gort para parar e é levado pelos militares para um hospital, do qual ele mais tarde foge, de forma a poder aprender mais sobre este planeta chamado Terra e os seus habitantes humanos.

No meio de tudo isto conhece Helen Benson (Jennifer Connely) que tenta fazer com que ele perceba que os seres humanos são capazes de mudar, levando-o a ver o memorial de Lincoln.
Klaatu lê as palavras que se encontram no memorial e que este declarou muitos anos antes e percebe que ainda poderá haver esperança para a Terra.
Será que ele tem a capacidade de parar um processo que já começou?
Um filme que nos faz repensar as nossas acções perante o mundo em que vivemos e perante o nosso semelhante.
Uma reflexão para todos os seres humanos, no sentido de perceberem que não é somente no limite das situações que devemos resolver as situações, nos arrependermos e mudarmos de atitude.
Se somos capazes de criar os mais raros momentos de solidariedade, amor e amizade, porque é que por outro lado somos capazes das acções mais cruéis e violentas?
É esta a reflexão que “O Dia em que a Terra Parou”, nos pede, para além de ser um grande filme de ficção científica com um elenco de luxo que inclui para além de Keanu Reeves e Jennifer Connely, Kathy Bates, Jaden Smith, John Cleese, Jon Hamm, Kyle Chandler, Robert Knepper, James Hong, John Rothman, Sunita Prasad, Juan Riedinger, Sam Gilroy, Tanya Champoux e Rukiya Bernard.
“O Dia em que a Terra Parou”, estreia nas salas portuguesas a 11 de Dezembro.
Fotos: Castello Lopes Multimédia


