| Uma exposição que reúne pela primeira vez em Portugal fotografias da Revolução captadas por lentes forasteiras e que espera incitar a chegada de mais cinco revoluções.
© Jean Gaumy, Magnum Photos
Almada vai receber 200 fotografias de 30 fotógrafos estrangeiros que captaram em película a Revolução portuguesa. A inauguração de “Venham Mais Cinco” realiza-se no dia 23 de Maio, às 21h, e estará aberta para visitas até 24 de Agosto. A entrada é gratuita.
A exposição reúne obras de fotógrafos internacionais que estiveram em Portugal entre 25 de Abril de 1974 e 25 de Novembro de 1975. As imagens retratam momentos como as ocupações de fábricas, as nacionalizações, a Reforma Agrária, o surgimento dos partidos políticos, as campanhas eleitorais para a Assembleia Constituinte e os processos de Independência em África.
“Venham Mais Cinco”, aberta de quinta-feira a domingo, entre as 11h e as 19h, está dividida em quatro núcleos temáticos: A Festa da Liberdade, Novas Formas de Poder, Independências e Um País Dividido. As fotografias não estão organizadas sempre de forma cronológica, mas sim por temas.
© Guy LE Querrec, Magnum Photos
Estas imagens, que imortalizaram este período da história portuguesa, foram publicadas em jornais e revistas de todo o mundo e estão agora reunidas num único local. Sebastião Salgado, Guy Le Querrec, Jean Gaumy, Dominique Issermann e Fausto Giaccone são alguns dos nomes expostos no Parque Empresarial da Mutela, em frente à antiga Lisnave. A curadoria é de Sérgio Tréfaut, que dedica a exposição a Margarida Medeiros, que faleceu em 2024.
A professora universitária e uma das maiores especialistas em fotografia no país, esteve na origem deste projecto que começou há mais de três décadas e foi concebido inicialmente a pensar nos festejos dos 20 anos do 25 de Abril, em 1994. Apesar da espera, abre agora portas numa data igualmente oportuna: os 50 anos após as primeiras eleições livres.
A exposição teve o apoio inicial do Ministério da Cultura e da Comissão Comemorativa 50 Anos 25 de Abril e tornou-se realidade depois do investimento da Câmara Municipal de Almada, em colaboração com a Sociedade Arco Ribeirinho Sul, que cedeu o espaço.
O nome da exposição faz referência à canção de Zeca Afonso, originalmente escolhida pelos militares do MFA para ser a senha do início do golpe militar na madrugada de 25 de Abril de 1974, depois substituída por Grândola.
O catálogo da exposição será lançado pela editora Tinta da China.
Imagens cedidas por: speak.pt
Imagem: © Jean-Paul Miroglio | Lisboa, 1975. Crianças saudam a passagem de uma manifestação.
